Pesquisa Água Viva

8 de dezembro de 2010

GEORGE – O SOLITÁRIO


Atualmente rotulado como a criatura mais rara do mundo. Endêmica das ilhas Galápagos, George, hoje, vive o drama de ser o ultimo indivíduo de sua subespécie. Medindo 106 cm, só na carapaça, e chega a pesar até 100 Kg, a subespécie de George habitava a ilha de Pinta e foi considerada extinta ate 1971, quando um caçador de cabras a encontrou e a encaminhou para a estação Charles Darwin, desde então foram feitas buscas para encontrar uma parceira para George, ainda que sem resultados, foi oferecida a recompensa de US$ 10.000,00 para quem encontrasse um novo exemplar. Foi encontrada outra tartaruga, sua subespécie é desconhecida. 

A recuperação da subespécie de George

Estudos atuais tentaram realizar o cruzamento entre George e, geograficamente falando, a subespécie mais parecida com ela, porem sem sucesso, as tartarugas mal se encontravam. A partir de novos estudos, descobriu-se que a subespécie que mais combina com a subespécie de George, geneticamente falando, é a Chelonoidis nigra becki (ver imagem 10, pág. 06), porem ate o momento os resultados não foram muito bons. Veja abaixo a noticia sobre a paternidade de George:

“(...) Assim, a única esperança de sobrevivência para os genes do pobre George parece ser, por enquanto, a hibridização”. Isso quer dizer que seria necessário fazer o macho se acasalar com fêmeas de outra espécie. Atualmente, ele tem à sua disposição um harém de tartarugas da ilha de Isabela, mas a interação entre George e suas fêmeas nunca chegou aos finalmentes.
Quem quase mudou essa escrita foi a zoóloga suíça Sveva Grigioni, da Universidade de Lausanne. Em 1993, com 26 anos, Grigioni chegou à CDRS com a missão explícita de fazer o macho se interessar pelas fêmeas. O método: estimulação manual. Grigioni começou praticando em bichos menos preciosos – com sucesso espantoso. “Sveva conseguia obter esperma dos outros machos em 10 minutos”, recorda Linda Cayot, pesquisadora do CDRS. Ao acariciar a parte traseira de George, Grigioni conseguiu fazer o réptil expor o pênis, normalmente oculto dentro da cavidade conhecida como cloaca, também responsável por expelir urina e fezes. Pelo menos anatomicamente, estava tudo normal com a tímida tartaruga.
O tratamento parecia estar operando maravilhas. Para ajudar, Grigioni lambuzava as mãos com secreções genitais das tartarugas. “Ele começou a tentar copular, mas era como se não soubesse como fazer isso”, conta ela. No entanto, Grigioni precisou voltar para a Europa para começar seu doutorado, e George voltou a ser “o Solitário” para valer. “Se eu tivesse tido mais tempo, tenho quase certeza de que conseguiria pelo menos um pouco de esperma”, a lamenta. Os pesquisadores hoje acreditam que, caso não seja possível incentivar George a fazer sua parte, conseguir esperma para alguma forma de inseminação artificial já estaria de bom tamanho. (...)”
Lopes, Reinaldo José – Resta Um – revista Superinteressante.
A esposa gêmea de George

Quem nunca ouviu falar na ovelha Dolly, o primeiro mamífero a ser clonado. Pois é, se todos os esforços para tentar salvar George de seu destino cruel falhar, só o que lhe restara é a ovelha Dolly, é que uma das teorias que poderiam salvar a subespécie de George é a clonagem, assim George teria com quem acasalar. Mas, como tudo na vida, não é tão fácil assim, já que em uma clonagem conseguiríamos dois machos, e não um macho e uma fêmea, bom essa é a parte mais fácil de todo o problema que envolveria uma clonagem, pois como réptil, o sexo desses animais é determinado pela temperatura, ambientes quente teremos uma fêmea, ambientes frios machos, então bastaria aumentar um pouco a temperatura e teríamos uma Geórgia.
 Porem há ainda outra parte do problema, se para clonar mamíferos, que possuem óvulos facilmente manipuláveis da um trabalhão, imagine uma espécie em que os óvulos precisam ter casca e não são liberados periodicamente, como é o caso das tartarugas Seria preciso um procedimento cirúrgico para arrancar os óvulos das fêmeas das Galapagos, ainda sem casca. Já a própria casca poderia ser substituída: cientistas já conseguiram chocar pintinhos usando um ovo artificial, de plástico, repleto de substâncias nutritivas e “preenchido” com o óvulo fecundado.
Pronto, fim do problema? Não, mesmo com todo o trabalho que esse tipo de procedimento levaria, o novo casal seria geneticamente idêntico, e um cruzamento assim costuma resultar em filhotes com sérias doenças congênitas. “mas talvez seja melhor filhotes doentes do que nenhum filhote” afirma a revista superinteressante.

Meio Ambiente - TCM- 03/12/2010

SUBESPÉCIES DE TARTARUGAS DE GALÁPAGOS

No período da colonização constituíam-se de 14 subespécies, porém com a caça realizada por piratas, que enchiam os navios a fim de fazer estoque para os próximos dias em alto mar, por um longo período de tempo, as subespécies diminuíram para 11. Dos 225.000 habitantes que um dia existiram nas ilhas, apenas 15.000 sobreviveram.

 Chelonoidis nigra becki


Esta subespécie habita a ilha Isabela, próximo ao vulcão Wolf existem atualmente cerca de 2.000 exemplares dessa subespécie, e seu desenvolvimento encontra-se estável.

                                                                                        




 Chelonoidis nigra darwini

Habita a ilha de Santiago, atualmente existem somente 115 exemplares na ilha de origem, porém um número indeterminado em zoológicos espalhados pelo mundo. Seu exemplar mais famoso é a fêmea Harriet, faleceu em 2006 no zoológico australiano Australian Zoo. Foi capturado por Charles Darwin quando tinha cinco anos, motivo que inspirou o nome da subespécie.  




Chelonoidis nigra duncanensis

Habitam a ilha Pizón, é uma das menores subespécies da região, chegando a 80 cm apenas. Sua população gira em torno dos 350 indivíduos, composto por 10 indivíduos adultos, e o resto introduzido na natureza pela estação Charles Darwin.

                                                                                                                                           




Chelonoidis nigra hoodensis
Estes animais estiveram a beira de extinção em 1965, quando existiam apenas 14 indivíduos da subespécies (12 fêmeas e 2 machos), viviam na ilha espanhola. Porem grassas ao programa de recriação, hoje a população destas tartarugas chega a 700 indivíduos.
Imagem-13 Chelonoidis nigra hoodensis




Chelonoidis nigra guntheri
Habitava a ilha Isabela, próximo aos vulcões Sierra Negra e Cerro Azul. Estima-se que sua população atual gire em torno dos 700 indivíduos, mas com o programa de recuperação da ilha, esta espécie esta se desenvolvendo rapidamente. 
                                                                                  



 Chelonoidis nigra chathamensis 
Habita a ilha de São Cristobal, atualmente estima-se a existência de 500 a 700 indivíduos dessa subespécie. Alguns dos ovos encontrados, foram coletados e levados para a estação Charles Darwin, para a realização de incubação artificial e posteriormente devolvidos a sua ilha.




Chelonoidis nigra microphyes
Habita a ilha Isabela, próximo ao vulcão Darwin. Sua população atual gira em torno dos 1000 exemplares, e seu crescimento populacional continua a apresentar bons resultados.

                                                                                     




Chelonoidis nigra porteri

É uma das tartarugas que mais crescem, em Galápagos, podendo ultrapassar facilmente os 1,20 m. Habita a ilha de Santa Cruz, e sua população atual esta em torno dos 800 indivíduos.




        


 Chelonoidis nigra vandenburghi 
 Habita a ilha  Isabela, próximo ao vulcão Alcedo. É a tartaruga de Galápagos que apresenta a melhor população, seus indivíduos estão em torno dos 10 a 15 mil habitantes, e os resultados de seu crescimento populacional continuam bons.  
                                                                           



 Chelonoidis nigra vicina
Habita a ilha Isabela, próximo ao vulcão Sierra Negra e Cerro Azul, sua população atual é de 700 habitantes.





                  



 Chelonoidis nigra galapagoensis
Atualmente extinto, vivia na ilha Floreana.





                                                                                 



Chelonoidis nigra phantastica
 
Atualmente extinta, habitava a ilhas Fernandina.











Chelonoidis nigra abingdoni 
Habitava a ilha Pinta, hoje em dia encontra-se em risco critico de extinção, pois resta apenas um indivíduo de sua subespécie, George – O solitário. George pesa cerca de 100 Kg, e mede 106 cm, tem aproximadamente 90 anos. Atualmente vive na estação de pesquisas cientificas Charles Darwin, onde tentam procriar a subespécie fazendo com que George cruze com outras subespécies com genéticas parecidas, sem muitos resultados.
 Meio Ambiente-  TCM- 03/12/2010